Doação de sangue para pequena Sawanna lota hemocentro

Leandro Caldas | 03:03 | 0 comentários

Yan Tavares (estagiário)
Fotos: Yan Tavares / Folha da Manhã
A campanha realizada pela família de Sawanna Xavier Araújo, menina de seis anos, diagnosticada com leucemia linfoide aguda, viralizou nas redes sociais e causou grande comoção em Campos, provocando recorde de doadores no Hemocentro Regional, segundo funcionários. A mobilização causou a lotação da unidade, que não suportou a demanda durante a manhã e chegou a orientar os doadores a retornarem na parte da tarde ou no dia seguinte. A expectativa é de que o banco de sangue esteja completo para o feriado.
O atendimento foi alvo de queixa por parte de alguns doadores. O advogado Murilo de Barros questionou a espera e exaltou a atitude da população. - Hoje faltou estrutura para atender a essas pessoas que vieram doar apenas por altruísmo, por solidariedade, o que é muito positivo. Grande parte que ainda está aguardando, é por causa da Sawanna. Eu mesmo sou doador, mas pela demora já teria ido embora, não fosse por ela. Eu vou sair para almoçar e retornar mais tarde, mas há pessoas que não podem e acabam precisando ir embora por vezes sem doar –, disse Murilo.
Já o gerente administrativo Luis Fernando da Silva declarou que não é doador e o que o motivou, assim como a grande parte dos doadores presentes. O fator preponderante é saber que você pode estar salvando uma vida. Essa campanha das redes sociais mostrou muita força e sensibilizou gente de toda a parte. Uma pena que o hospital não está suportando a demanda. Como administrador, penso que algo poderia ser feito, como por exemplo, deslocar profissionais de outros postos –, analisou Luis Fernando.
Mães de crianças de colo, Ana Carolina Rangel e Andrea Pessanha, se deslocaram de Baixa Grande para fazer a doação.
– Viemos motivadas pela campanha, que nos tocou por sermos mães. Pena que não estão suportando atender tanta gente hoje parece que não se organizaram para tal –, disse Andrea.
Outro doador, o design gráfico Mateus Nogueira revelou que compareceu ao Hemocentro, localizado no Hospital Ferreira Machado (HFM), também pelo fato de ser amigo da família. “Cheguei por volta das 9h e também terei de voltar mais tarde. Mas ficamos muito satisfeitos com tamanha mobilização. A unidade esteve lotada desde ás 7h. A família já vem há pelo menos um ano nessa luta e merece essa força”, contou.
Outro fator que colaborou para superlotação foi ser dia de coleta da agência de Santo Antônio de Pádua, de onde vieram em torno de 15 pessoas. A assistente social Maria Gonçalves disse que realmente a demanda esteve acima do que a unidade é capaz de suportar.
– Este foi um caso atípico, muito além do esperado. Nos dias normais atendemos cerca de 40 pessoas e nos dias cheios chegamos a assistir cerca de 80 doadores. Porém hoje, o hospital amanheceu com fila de doadores e às 11h já tínhamos por volta de 140 inscritos. Estamos com grande expectativa para o banco de dados, que encontra-se em situação regular e é com a demanda de hoje, esperamos que seja totalmente cheio. Os sangues mais incomuns são os tipos A e O, mas qualquer tipo sanguíneo é bem-vindo.Vamos atender normalmente até às 18h e esperamos corresponder. Para isso mobilizamos até profissionais que estavam em casa, de folga, para atender aos doadores. Hoje foi fora do padrão, e neste caso orientamos que os que pudessem retornassem mais tarde ou mesmo amanhã, ainda com a mesma ficha. Fora isso os doadores podem vir todos os dias de 7h ás 18h, em jejum de gordura de pelo menos três horas, não só pelas Sawanna, mas todos que necessitam –, concluiu Maria.


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